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Eduardo Kobra pintou murais sobre Bob Dylan e Alfred Nobel

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O compositor e cantor Bob Dylan, que recentemente foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, é uma das grandes referências de Eduardo Kobra. O conhecido muralista brasileiro viajou em setembro do ano passado para Minneapolis, no estado de Minnesota, nos EUA, para pintar o gigantesco mural “Bob Dylan – The Times They Are a-Changin” (“Bob Dylan – Os Tempos Estão Mudando”). Um ano antes, em setembro de 2014, Kobra pintou o mural “Alfred Nobel”, na cidade de Bora, na Suécia. Kobra entregou recentemente, no dia 2 de outubro de 2016, em Asmsterdã, Holanda, o mural “Let me be myself” (Deixe-me ser eu mesma”), de 240m², onde retrata a menina Anne Frank, em NDSM-werf, na região norte de Amsterdã. Recentemente, “Etnias –  Todos Somos Um”, monumental trabalho de Eduardo Kobra, com 2.646,34m², no Boulevard Olímpico, no Porto Maravilha, Rio de Janeiro, foi reconhecido pelo Guinness World Records como o maior mural grafitado do mundo. 

Mural de Eduardo Kobra sobre Bob Dylan em Minneapolis

O novo Prêmio Nobel de Literatura, anunciado recentemente, dia 13 de outubro,  o compositor e cantor Bob Dylan, foi retratado pelo muralista brasileiro Eduardo Kobra em um imenso mural nos Estados Unidos. Kobra entregou em setembro do ano passado o mural na cidade de Minneapolis, no estado de Minnesota. O mural “Bob Dylan – The Times They Are a-Changin” (“Bob Dylan – Os Tempos Estão Mudando”), em uma parede 50 metros de largura por 28 metros de altura, está situado em um prédio Art Deco, na esquina da Henneping com a S. 5th Street, na área nobre da cidade.  “Sempre fiquei muito impressionado com as músicas e, principalmente, com as letras de Bob Dylan. No meu carro sempre levo inúmeros Cds com canções do Chico Buarque, de quem também admiro principalmente as letras, e do Bob Dylan, que são minhas maiores referências musicais. No mural, mostramos três diferentes fases da trajetória de Dylan, inspirados pelo título de um de seus mais importantes álbuns, ‘The Times They Are a-Changin’. É um painel permanente, o maior que já fizemos fora do Brasil”, diz Kobra.

Um ano antes de pintar em Minnesota, Kobra esteve na cidade de Boras, na Suécia, onde pintou o mural “Alfred Nobel, 16 metros de altura por 10 de comprimento. “Ocupamos o prédio com uma imagem em 3D e produzimos a medalha do Prêmio Nobel, valorizando assim a história do criador do prêmio, Alfred Nobel”, diz Kobra, acrescentando que “Nobel é a inspiração para um dos meus projetos mais importantes, que é destacar em paredes de diversos países as pessoas que contribuíram pela Paz e Humanismo, como Dalai Lama, Madre Teresa, Nelson Mandela, Anne Frank e Martin Luther King, e pela Arte, como Bob Dylan e John Lennon”.

Kobra em frente ao mural que mostra três fases da vida de Dylan
Kobra em frente ao mural que mostra três fases da vida de Dylan

O cantor e compositor Bob Dylan (Robert Allen Zimmerman), chegou a viver em Minneapolis, mas nasceu em Duluth, em 24 de maio de 1941.  Ambas as cidades ficam em Minnesota. O mural repercutiu nos EUA. Foi destaque em dezenas de veículos, entre jornais, revistas, emissoras de televisão, portais, sites e blogs.

Com o Nobel de Literatura recebido anunciado hoje, Dylan se tornou a primeira pessoa na história se ganhar as principais premiações em música, cinema e literatura.  Conhecido principalmente como compositor e cantor, já foi laureado com o Grammys (12 vezes), Globo de Ouro e Oscar (em 2001, com a canção “Things have changed”, da trilha sonora do filme “Garotos incríveis”, que está no álbum “The Times They Are a-Changin”).

 

Mural "Alfred Nobel", na cidade de Boras, na Suécia
Mural “Alfred Nobel”, na cidade de Boras, na Suécia

Kobra foi convidado pela Goldman Sach, proprietária do prédio e de vários outros da região, dentro de um processo de revitalização do centro da cidade: “Queremos que Minneapolis seja uma cidade 24 horas. E a arte e a cultura em geral devem ser parte de cada passo que você der na região”, disse Joan Vorderbruggen, coordenadora artística do distrito. O mural de Eduardo Kobra sobre Bob Dylan inaugurou o projeto.

O artista brasileiro destaca a importância do mural: “Realizamos essa obra no lugar mais importante da cidade, em meio edifícios modernos, em um mural de 1.400 metros quadrados, o maior, como já disse, que já fiz no Exterior. Além disso, ficará de forma permanente. Com tantos artistas talentosos que existem nos Estados Unidos, fui o convidado para inaugurar este projeto maravilhoso de revitalização”, afirma. Kobra destaca que muitas pessoas acompanharam o processo de criação do mural. “Encontrei-me com o filho de Bob Dylan, que elogiou o trabalho e disse que o pai não apenas havia autorizado o trabalho, como estava feliz e agradecido pelo mural e que só não poderia ir por que estava em turnê. Além disso, muitos fãs do Bob Dylan fizeram questão de divulgar a cena, além de algumas pessoas que já conhecem o meu trabalho”, diz, acrescentando que uma artista de Minneapolis, Sarah Peterson, de 65 anos, foi todos os dias até o local para desenhar o mural em cada passo de sua construção.

 

Kobra finalizou em outubro mural sobre Anne Frank

 

Mural "Let me be myself", em Amsterdã
Mural “Let me be myself”, em Amsterdã

O brasileiro Eduardo Kobra concretizou ontem, domingo, dia 2 de outubro, em Amsterdã, Holanda, um de seus maiores sonhos: ele entregou o mural “Let me be myself”, que pintou desde o 20 de setembro sobre a menina Anne Frank, morta aos 15 anos em fevereiro de 1945 pela barbárie nazista no campo de extermínio de Bergen-Belsen. O mural de 240m² fica em NDSM-werf, na parede de um prédio em que será construído o maior museu de arte de rua de todo o mundo, na região norte de Amsterdã, na Holanda.  “Sempre quis fazer um mural sobre Anne Frank. A sua triste história leva a uma profunda reflexão, já que a intolerância ainda persiste no mundo. Ao mesmo tempo, Anne inspira muitos jovens do mundo inteiro pela sua coragem e sabedoria. Apesar de tudo, ela nunca perdeu sua fé na humanidade e se manteve viva através da literatura para transmitir sua história e legado”, afirma Kobra, que acrescenta: “escolhi como título e tema do mural justamente uma de suas frases mais representativas e universais, que é ‘Deixe-me ser eu mesma’, fundamental em um mundo onde a identidade de cada um deveria ser respeitada”. Amanhã, 4 de outubro, Kobra voltará para o Brasil.

Anne Frank, menina judia alemã, que viveu grande parte de sua breve vida em Amsterdã, se tornou conhecida, após sua morte, depois da publicação de seu diário –  “O Diário de Anne Frank” – que foi publicado em cerca de 60 países traduzido para 70 idiomas, com 30 milhões de exemplares vendidos e serviu de tema para inúmeros filmes e peças de teatro.

Para fazer o mural, Kobra, que está na Holanda acompanhado por dois artistas do Studio Kobra, Agnaldo Brito e Marcos Rafael, utilizou 450 latas de spray e 35 litros de tinta acrílica.

Com o novo mural, Eduardo Kobra mantém o foco nos temas que marcam suas obras nos últimos anos. Em uma das suas séries mais representativas, o artista destaca em murais feitos em diversos países personalidades icônicas que contribuíram para paz, a liberdade, a arte e o humanismo, como Nelson Mandela, Martin Luther King Malala Yousafzai, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e John Lennon. Pouco antes dos Jogos Olímpicos deste ano, Kobra encantou o mundo ao fazer no Rio de Janeiro o belo e relevante mural  “Etnias –  Todos Somos Um”, monumental trabalho, com 2.646,34m², no Boulevard Olímpico, no Porto Maravilha, Rio de Janeiro. No mural, estão representados os cinco continentes: Ásia –  Karen, da Tailândia; Oceania – tribo Hulis, da Papua Nova Guiné; América – os Tapajós, da região amazônica; Europa – tribo Chukchis, da Sibéria e África – os Mulsi, da Etiópia.  A obra foi reconhecida pelo Guinness World Records como o maior mural grafitado do mundo.

Sempre disse que esse seria o maior painel grafitado no mundo e que era o único recorde já garantido antes do início dos Jogos. Mas é claro que esse número –  que estar no Guinness – só é importante para dar ainda mais visibilidade à obra. O importante é a mensagem! Infelizmente há no mundo uma intolerância cada vez maior, onde pessoas de diversos continentes, especialmente da Europa, rejeitam o imigrante ou o ‘diferente’. Espero que esse mural, dentro do espírito olímpico dos Jogos, tenha ajudado e continue a ajudar a lembrar que todos temos origens ‘semelhantes’, que todos somos diferentes mas iguais; que a diversidade é bela, mas que no fundo Todos Somos Um: a espécie humana”, diz o artista, que acrescenta: “este novo mural, o ‘Deixe-me ser eu mesma’, também busca sensibilizar as pessoas para o humanismo e talvez despertar para que tenham uma atitude mais proativa diante dos problemas da humanidade. Fico emocionando quando vejo uma multidão observando meu trabalho, mas também é fantástico e emocionante quando vejo que uma única pessoa parou na correria do dia-a-dia para observar minha pintura e talvez tenha se tornado mais sensível ou até mais ativa como transformadora da sociedade”.

“O projeto de Kobra em Amsterdã surgiu de uma visita do prefeito Van der Laan a São Paulo no início de 2016 e é parte integrante da cooperação entre as duas cidades”, diz Joelke Offringa, presidente do Instituto Plataforma Brasil, que idealizou a ida de Kobra à Holanda. Segundo Joelke, a NDSM-weerf era uma área de estaleiros de Amsterdã, onde estava situada a maior companhia de construção de navios da Holanda, que faliu no século 20. “Agora é uma área de inovação, com muitas incubadoras de projetos artísticos”, afirma.

O local, foi escolhido juntamente com Kobra e a TEKTON Architekten, de Amsterdã. “O NDSM-werf tem uma reputação internacional como um refúgio artístico, inovador e experimental, de modo que a mensagem de liberdade e coragem, que Kobra defende em seus trabalhos, combina com o lugar”, diz Peter Ernst Coolen, que, em nome da Street Art Today, organizou toda a produção em Amsterdã. Kim Tuin, diretor da Fundação NSDM-werf, também acolheu de imediato a ideia da ida de Kobra ao estaleiro para a produção de seu novo mural.

Antes de ir para Amsterdã, Kobra esteve de 12 a 18 de setembro em Ravenna, na Itália, para pintar um mural de quatro metros quadrados sobre Dante Alighieri, em um pequeno prédio na região central da cidade italiana.  Kobra também fez uma gravura de 35X50cm para uma exposição sobre o escritor italiano na Casa Oriani, também em Ravenna, na qual diversos artistas pintaram suas ‘leituras’ sobre o notável escritor italiano.

Pouco antes, no dia 5 de setembro, Kobra entregou em São Paulo um mural, ainda sem nome definido, inspirado no ciclismo e na necessidade da apropriação de espaços urbanos pela população. A obra fica na empena (parede lateral) do Ibis Styles São Paulo Faria Lima (rua Tavares Cabral, 61, em Pinheiros). A parede que recebe o mural do artista, de 60 metros de altura por 13 de largura, é voltada para a av. Faria Lima. Kobra é apaixonado por bicicletas, que usa há mais de uma década em São Paulo. É a segunda vez que destaca o veículo em suas obras. Em maio de 2015, pintou na rua Oscar Freire, em São Paulo, o mural “Genial é Andar de Bike”, onde mostra uma divertida cena do cientista Albert Einstein pedalando uma bicicleta.

O muralista brasileiro viajou no início de agosto aos EUA para pintar um mural de 44 metros de largura por 16,15 metros de altura, sobre o astronauta Neil Armstrong (falecido em agosto de 2012, em Cincinnati).

Em Cincinnati, Kobra, que se encontrou com a família do astronauta, descobriu durante o processo de criação do mural que o cineasta Steven Spielberg é nascido naquela cidade norte-americana. Decidiu incluí-lo, com uma referência na obra. O trabalho ficou lindo e criativo. No mural vemos Armstrong com uma câmera, olhando para a Terra e, na frente do “Planeta Azul” a clássica cena do filme “E.T” sob um novo ângulo (a bicicleta com o E.T e o menino passa em frente à Terra, ao contrário do filme, em que passa em frente à Lua). “Coloquei uma câmera no Neil Armstrong e deixei-o olhando para a Terra, para reforçar a mensagem de que por mais que novos mundos sejam descobertos e conquistados, temos que ter nosso foco principal voltado para nosso pequeno, conturbado, mas sempre belo planeta Terra”, diz o artista, que acrescenta: “agora, depois de mostrar o planeta inteiro, visto da Lua, foco minha atenção na minha cidade, São Paulo, a minha grande paixão, que é a minha base de tudo. Espero que este mural ajude a sensibilizar às milhares de pessoas que passam pela região ou mesmo que verão a obra pelas Redes Sociais, de que é fundamental uma vida mais saudável, com mais lazer, mais esportes, menos poluição, mais segurança para a população e a conquista e apropriação dos espaços urbanos pela população”.

 

Sobre a relação Amsterdã – São Paulo

São Paulo e Amsterdã trabalham juntas desde 2012 e em 2014 foi assinando um acordo para fortalecer essa cooperação. Durante a última visita do prefeito Van der Laan, em junho de 2016, foi organizada uma homenagem a Johan Cruyff na Cruyff Court Ermelino Matarazzo, fundada em novembro de 2010, em São Paulo. Joelke Offringa, do Instituto Plataforma Brasil, convidou o artista Eduardo Kobra para a ocasião. Kobra, após pesquisar sobre a vida do ex-jogador holandês, aceitou participar do projeto, pintando um mural na Cruyff Court, em São Paulo. A realização deste mural está planejada para março de 2017, no aniversário de um ano da morte do holandês. Kobra se colocou à disposição para trabalhar essa ideia, justamente por causa da importância social do projeto, que está em 200 países.    “Graças a esse ícone do futebol holandês, 300 crianças da periferia de São Paulo têm um lugar seguro onde podem se exercitar e receber uma boa educação escolar”, diz Kobra.

 

Mais sobre o mural “Etnias – Todos Somos Um”

 

"Etnias - Todos Somos Um" - crédito da foto para Paulo Mumia
“Etnias – Todos Somos Um” – crédito da foto para Paulo Mumia

Antes de Eduardo Kobra iniciar a pintura da obra “Todos Somos Um”, a equipe do artista passou um mês no Rio de Janeiro preparando a superfície, tapando os buracos e pintando o muro de branco. Depois, diariamente, das 8h às 19h, Kobra e equipe pintaram o muro com látex, esmalte e spray. Ao total, foram 70 dias de trabalho (25 de produção e 45 de pintura). Foram utilizados 1890 litros de tinta branca para a base e 2.800 latas de tinta spray. “Foi um desafio e um trabalho árduo, mas gratificante. Fiz e refiz os desenhos mais de dez vezes em meu atelier, até encontrar o que queria. Depois, durante a produção do mural, descansei apenas em alguns domingos, quando voltava para São Paulo para ver a minha esposa, Andressa e o, Pedro, nosso primeiro filho, que nasceu há cerca de quatro meses. Mas o resultado artístico e a reação que provocou e continua provocando nas pessoas faz tudo valer a pena”.

 

Kobra e o esporte

O esporte é um tema recorrente na obra do muralista. Em 2013, ele pintou “A Arte do Gol”, retratando o antológico gol de Falcão na Copa do Mundo de 82.  Em 2010, fez na Praça do Patriarca, em São Paulo, a obra “Futebol e África”, em 3D; e no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, um estádio de futebol, também em 3D.  Em novembro de 2015, Kobra inaugurou na rua da Consolação, em São Paulo, o impressionante mural “A Lenda do Brasil”, de 41 metros por 17,5 metros. Ayrton Senna, retratado na obra, é uma das grandes referências da vida de Kobra, que já fez cerca de dez obras sobre o notável piloto brasileiro, falecido em 1994.

Recentemente, Kobra fez um mural mesclando Neymar com o super-herói Batman. A obra, que está na parede da casa de férias do jogador, na Baixada Santista, foi encomendada de surpresa pela mãe de Neymar, Nadine Duarte.  “Ela sugeriu que o tema fosse o Batman, o herói preferido do filho”, conta Kobra, que acrescenta: “após o convite, pude conhecer melhor a vida e a história de Neymar. E o que mais me impactou foi conhecer o Instituto Neymar, que apoia a tantas crianças. No mundo de hoje, com tantos problemas sociais, cada um que faz a sua parte ajudando outras pessoas, é também um super-herói. Daí veio a minha ideia de mesclar os dois ‘personagens, buscando inspirar a atitude nas pessoas, em especial os milhões de seguidores do jogador”.

Em março de 2017, Eduardo Kobra fará em São Paulo um mural do ex-jogador e técnico holandês Johan Cruyff. O anúncio foi feito no dia 19 de maio, em São Paulo, por Joelke Offringa, presidente do Instituto Plataforma Brasil, durante uma homenagem a Cruyff, falecido em março deste ano. O evento aconteceu no Projeto Social da Fundação Johan Cruyff, com a presença do prefeito de Amsterdã, Eberhard van der Laan, em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste de São Paulo. O convite, já aceito por Kobra, veio oficialmente da cidade de Amsterdã. “É uma honra fazer referência a esse notável jogador e técnico, que revolucionou a história do futebol e também se mostrou um verdadeiro craque fora dos gramados, ao ajudar cerca de duas mil crianças em 200 países, através de sua fundação”, diz Eduardo Kobra.

O muralista vê uma similaridade entre a obra que fará sobre Cruyff e o mural “A Arte do Gol”, realizado em 2013 na av. Hélio Pellegrino, em São Paulo, sobre o antológico gol de Falcão na Copa do Mundo de 82 contra na derrota brasileira por 3 a 2 para a Seleção Italiana.  “Sem querer comparar a importância e o estilo de cada um dos jogadores, existe a similaridade evidente: nenhum dos dois chegou ao título mais cobiçado do futebol, que é o Mundial de Seleções, mas ambos encantaram o mundo. E é preciso sempre lembrar que não é preciso ser campeão em tudo para deixar arte e inspiração para todos”.

 

Kobra pintou o Rio de Janeiro em Tóquio

Eduardo Kobra entregou no dia 22 de junho em Tóquio, capital do Japão, três obras que têm o Rio de Janeiro como tema central. A primeira e mais importante é o imenso mural “Rio”, de 54,4m por 10,6m na região de Minamikebukuro-Toshima. O trabalho traz uma releitura de ícones da cidade do Rio e impressiona por suas cores, beleza e dimensão. “Apesar de todos os sérios e graves problemas vividos pelo Rio, permaneço apaixonado pela cidade e achei que era um bom momento para mostrá-la em meus trabalhos”, diz.

O Rio de Janeiro na sede dos próximos Jogos Olímpicos
O Rio de Janeiro na sede dos próximos Jogos Olímpicos

O brasileiro, acompanhado por artistas de sua equipe, fez ainda, no alto de um prédio, um 3D mostrando cenas do Rio de Janeiro, para as pessoas interagirem. “É uma obra mais voltada para entretenimento, com o objetivo de trazer diversão. As pessoas podem interagir com o cenário do Rio, repleta de elementos tão presentes, como uma prancha de surfe, o Pão de Açúcar, uma ave brasileira, a praia, a calçada e a onda”, afirma o artista.

De acordo com Kobra, a pintura no muro da embaixada surgiu de última hora, a convite da própria embaixada. “Após um breve, mas cuidadoso estudo, resolvemos fazer a Bossa Nova, representada pelos cariocas Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Além disso, o mural é também uma referência aos Jogos Olímpicos do Rio, já que Vinícius e Tom são os nomes dos mascotes da Olimpíada”, conta, acrescentando que é impressionante ver como tantos japoneses ainda hoje apreciam a Bossa Nova e têm até coleções dos discos dos músicos brasileiros, como Tom, Vinícius e, João Gilberto.

Kobra viajou para Tóquio poucos dias após o nascimento de seu primeiro filho, Pedro. O menino nasceu no dia 29 de maio, em São Paulo, e no dia 4 de junho o muralista embarcou para o Japão.

No início de maio, Kobra fez em Chicago, nos EUA, um belo e inspirado mural sobre o “Pai do Chicago Blues”, Muddy Waters, cujo centenário foi celebrado em 2015. O mural “Muddy Waters”, também considerado um dos grandes guitarristas da história, com 20m de largura por 40m de altura, fica em uma área nobre, na 17 N State Street, próximo a dois ícones da cidade: o Chicago Theatre e a Harold Washington Library Center. “Muddy Waters” foi o segundo trabalho internacional do muralista brasileiro em 2016. Em fevereiro e março, em uma área nobre de Dubai, nos Emirados Árabes, fez o mural A Lenda do Cavalo Árabe, de 17mX5m.

 

  Veja a seguir as algumas das obras  de Eduardo Kobra no Brasil e no Exterior

 

   Exterior:

1 – O Beijo, na High Line, em Nova York, EUA

2 – Arthur Rubinstein, em Lodz, na Polônia

3 – Artistas, em Wynwood, Miami, Flórida, EUA

4 – A Bailarina (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia

5 – Malala, em Roma, Itália

6 – Olhar a Paz, em Los Angeles, Califórnia, EUA

7 – Sarasota Antiga, em Sarasota, Flóriada, EUA

8 – Abraham Lincoln, em Lexington, Kentucky, EUA

9 – Fight for Street Art (releitura da cena clássica de Andy Warhol e Jean Michael Basquiat), em Williamsburg, Brooklyn, EUA

10 – Alfred Nobel, na cidade de Boras, Suécia

11 – MariArte, em San Miguel de Allende, México

12 – Ritmos do Brasil, em Tóquio, Japão

13 – O Beduíno, em Dubai, nos Emirados Árabes

14 – Mural ainda sem nome, Papeete, Taiti

15 – Bob Dylan, The Times They Are a-Changin. Minneapolis, Minnesota, EUA

16 –  Hamlet, West Palm Beach, Florida, EUA

17 – Einstein vai à Praia, West Palm Beach, Flórida, EUA

18 – Give Peace a Chance,  Wynwood, Miami, Flórida, EUA

19 – Stop Wars  –  Wynwood, Miami, Flórida, EUA

20 – The Fallen Angel  (O Anjo Caído),  Wynwood, Miami, Flórida, EUA

21 – Muddy Waters, Chicago, Illinois, EUA.

22 – Rio, Tóquio, Japão

23 – Armstrong (nome não definitivo), Cincinnati, Ohio, EUA

24 – Dante Alighieri, Ravenna, Itália

25 – Let me be myself, Amsterdã, Holanda

 

Brasil

1 – Oscar Niemeyer, Praça Oswaldo Cruz, av. Paulista, em São Paulo, São Paulo

2 – A Arte do Gol (projeto Muro das Memórias), av. Hélio Pellegrino com av. Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo

3 – Belém Antigo, esquina da rua Castilhos França com a rua Portugal, em Belém, Pará

4 – Candango, no Complexo Bancário, em Brasília.

5 – Chico e Ariano, na avenida Pedroso de Morais, Pinheiros, em São Paulo, São Paulo.

6 – Novos Ventos, nos tanques da Linde Gases, na rodovia Cônego Domênico Rangoni, no trecho do sistema Anchieta-Imigrantes, que liga Cubatão a Guarujá, São Paulo.

7 – Mural da 23 de Maio (projeto Muro das Memórias), av. 23 de Maio (próximo ao viaduto Tutóia), em São Paulo, São Paulo.

8 – Murais do Parque do Ibirapuera, ao lado do MAM, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, São Paulo.

9 – Pensador, Senac Tatuapé, em São Paulo, São Paulo.

10 – Muro das Memórias Caixa d’água, Senac Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo.

11 – AltaMira (projeto Greenpincel), rua Maria Antônia, São Paulo, São Paulo.

12  – Muro das Memórias, Senac Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.

13 – Gonzagão, Recife, Pernambuco.

14 –  Viver, Reviver e Ousar, Igreja do Calvário, em Pinheiros, São Paulo, São Paulo.

15 –  Brasil!, muro da usina termelétrica de Macaé, Rio de Janeiro.

16 – Sem Rodeio (Projeto Greenpincel), av. Faria Lima, em São Paulo, São Paulo.

17 – Muro das Memórias Senac Tiradentes, av. Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.

18 – Racionais MC’s, Capão Redondo, São Paulo, São Paulo

19 – Genial é Andar de Bike, Oscar Freire, São Paulo, São Paulo

20 – A Lenda do Brasil, rua da Consolação, São Paulo

21 – Etnias – Todos Somos Um, Boulevard Olímpico, Porto Maravilha, Rio de Janeiro, RJ

Novo mural na região da av. Faria Lima
Novo mural na região da av. Faria Lima

22 – Novo mural (nome ainda indefinido), rua Tavares Cabral, 62, Pinheiros, São Paulo, São Paulo

 

Final de 2015

Em novembro e dezembro do ano passado, Kobra em apenas 23 dias produziu seis murais, em três cidades diferentes dos Estados Unidos. Kobra participou, com três murais, pela quarta vez do Art Basel, grande festival de arte urbana em Wynwood, Miami. Fez o “O anjo caído”, referência aos problemas do planeta, como guerras, terrorismo e agressões ao clima, inspirado na escultura o “Anjo da Dor” que está em um cemitério em Roma (“Cimitero acattolico”); o mural “Dê uma chance à paz”, inspirado na clássica cena de John Lennon e Yoko Ono; e “Stop Wars”, com o personagem Yoda, de “Guerra nas Estrelas”. Além disso, Kobra restaurou seu próprio mural “Artistas”, feito em 2014, sobre Salvador Dali, Basquiat (grafiteiro), Frida Kahlo e Andy Warhol – que está na sequência das novas obras. Ao total, o quarteirão de Eduardo Kobra tem cerca de 80 metros de comprimento por cinco de altura. Os muros dos novos trabalhos pertencem ao famoso grafiteiro Brainwash, que gerencia a carreira de Kobra no Exterior. Brainwash cedeu o espaço para Kobra mostrar sua arte.

“Eu tinha pensado em outras pinturas, antes de sair do Brasil. Mas em meio à viagem aconteceram no mundo fatos terríveis e catastróficos, como os Atentados em Paris e a Tragédia de Mariana. Tive de mudar radicalmente o que estava planejado”, diz. E acrescenta: “Entre todas as obras, acho que esse anjo caído representa muito tudo isso o que está acontecendo. Precisamos proteger mais o nosso planeta e falar sobre o tema da destruição do meio ambiente”.

Antes de Miami, Kobra e equipe fizeram o mural “Hamlet”, com 7 metros de largura por 6 metros de altura, na fachada do Dramaworks Theater, ao lado da porta principal de entrada, no cruzamento da N Narcissus Avenue com a N Clematis ST, principal avenida de West Palm Beach, na Florida.

Ele iniciou o mural no dia 14 de novembro e trabalhou diariamente das 7h às 19h para a conclusão do trabalho e também de duas outras intervenções. É que Kobra e equipe fizeram simultaneamente uma obra em 3D, em sua quarta participação no Chalk Festival, em Sarasota, Florida; e um outro mural, também na avenida Clematis (o trabalho desenvolvido na lateral baixa de um prédio, com 3,65 metros de altura por 12 de comprimento, pertence à série “Muro das Memórias” e mostra um dos personagens mais recorrentes na obra do artista: o cientista Albert Einstein em um momento de descontração na praia, em Nassau Point, Long Island, Nova York, no verão de 39). Sobre o Chalk Festival, o tema deste ano foi “Eat, Drink and Be Merry”. De acordo com Kobra, a pintura “Sopa de Letrinhas”, com 10X5 metros, foi inspirada na obra poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. “Tive a ideia após reler um poema ‘Sentimental’, de Drummond”, revela o muralista

Além das obras já citadas, Kobra fez intervenções em outros países, como os murais “O Beijo”, na High Line, em Nova York, EUA; “A Bailarina” (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia; “Arthur Rubinstein”, em Lodz, na Polônia; “Olhar a Paz”, em Los Angeles, Califórnia, EUA; “Fight for Street Art (releitura da cena clássica de Andy Warhol e Jean Michael Basquiat), em Williamsburg, Brooklyn, EUA; “Alfred Nobel”, na cidade de Boras, Suécia; “Ritmos do Brasil”, em Tóquio, Japão; e  “Bob Dylan – The Times They Are a-Changin”, em Minneapolis, Minnesota, nos EUA. Também fez obras no México, Taiti, Grécia, França, Itália e Inglaterra.

 

Mural ‘A Lenda do Brasil’ foi inaugurado no início de novembro

Kobra, inaugurou no dia 10 de novembro de 2015, na região da Avenida Paulista, em São Paulo, um imenso mural de Ayrton Senna. O artista trabalhou, com sua equipe de artistas, diariamente durante cerca de um mês no local, das 8h às 19h, para que a obra estivesse pronta até dias antes do Grande Prêmio de Fórmula-1 de Interlagos (que aconteceu dia 15 de novembro).  O mural “A Lenda do Brasil”, de 41 metros por 17,5 metros, fica na lateral inteira de um prédio na rua da Consolação, 2608 (esquina com a av. Paulista, em frente à Praça José Molina). Mostra, com cores vivas, o piloto de capacete e olhar expressivo. Para o trabalho, foram utilizados dois mil litros de tinta e 500 latas de spray. Senna é uma das grandes referências da vida de Eduardo Kobra. “Tinha há muitos anos o sonho de fazer um grande mural sobre esse exemplo de talento, determinação e superação”, afirma Kobra, que já pintou diversos murais sobre o tricampeão mundial de Fórmula 1 (nascido em 21 de março de 1960, em São Paulo, e que faleceu, ao bater violentamente nos muros da curva Tamburello, no GP de São Marino, em Imola, Itália, no dia 1º.  de maio de 1994).

     “É certamente a pessoa que mais pintei em minha vida. Foram cerca de dez murais de pequeno e médio porte, além de uma tela. Embora eu não seja muito ligado aos esportes, Senna sempre foi um dos meus grandes ídolos. É para mim uma honra realizar agora um imenso mural em São Paulo sobre esse notável paulistano e brasileiro”, diz Kobra, que acrescenta: “Senna transformou o ato de dirigir carros de corrida em, além de um esporte, uma verdadeira arte, que encantava a todos. Esta minha arte é uma homenagem e também um agradecimento. Representa ainda, nesse momento tão difícil, uma inspiração para o povo brasileiro de que é sim possível acreditar que este pode ser um País vencedor”.

      Antes de fazer o mural, Kobra procurou pelo Instituto Ayrton Senna, que aprovou e apoiou o projeto. Para a viabilização do mural, Eduardo Kobra contou com o patrocínio da Audi do Brasil, empresa que tem uma ligação histórica com o tricampeão mundial. “Sem esse apoio não seria possível realizar esse sonho”, afirma. O artista pintou também, com grafias em homenagem ao piloto, um A3 Sedan que Posteriormente, o carro será leiloado, com a renda revertida para o Instituto Ayrton Senna.

 

Sobre Eduardo Kobra

Kobra é um expoente da neo-vanguarda paulistana. Seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade. Com os desdobramentos, que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou – com o Studio Kobra, criado em 95 – para um muralismo original – inspirado em muitos artistas, especialmente os pintores mexicanos e no design do norte-americano Eric Grohe — beneficiando-se das características de artista experimentador, bom desenhista e hábil pintor realista. Suas criações são ricas em detalhes, que mesclam realidade e um certo “transformismo” grafiteiro.                   É interessante ressaltar que Kobra não faz intervenções sem pedir antes a autorização do poder público ou do proprietário do imóvel. Kobra é autor do projeto “Muro das Memórias”, que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade. Os desenhos são a síntese do modo peculiar de Eduardo Kobra criar – através do qual pinta, adere, interfere e sobrepõe cenas e personagens das primeiras décadas do século XX. Essas obras são uma junção de nostalgia e modernidade, por meio de pinturas cenográficas, algumas monumentais. Através delas cria portais para saudosos momentos da cidade “A ideia é estabelecer uma comparação entre o ar romântico e o clima de nostalgia, com a constante agitação de hoje”, diz o artista.                  Desde 2006 já foram entregues cerca de 30 murais em avenidas e ruas de São Paulo. Em janeiro de 2009, entregou para o aniversário de São Paulo um mural de 1000 metros quadrados na av. 23 de Maio, que mostra cenas da década de 20. Kobra, que nunca faz uma intervenção sem pedir antes a autorização do poder público ou do proprietário do imóvel, pediu a autorização para a a obra. O então prefeito Gilberto Kassab (“Lei da Cidade Limpa”) prestigiou a inauguração do muro da av. 23 de maio, o que é visto como um marco para a arte de rua, porque pouco antes os fiscais de Kassab andavam destruindo várias obras de artistas urbanos.  Em janeiro de 2013, Eduardo Kobra fez a impressionante obra “Oscar Niemeyer”, para o aniversário de São Paulo.

Inquieto, estudioso e autodidata, Kobra também faz pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos (muito difundida por nomes internacionais, como Julian Beever e Kurt Wenner). O artista realizou diversas obras em 3D, como na Praça Patriarca, no centro da Cidade, a primeira no Brasil; e na Avenida Paulista, símbolo da megalópole. A técnica anamórfica consiste em “enganar os olhos”. A pintura é distorcida ou mesmo incompreensível na maioria dos ângulos de visão, mas ao ver do ângulo correto, estipulado pelo artista, se torna um 3D com incrível variação de profundidade e realismo.                    Paralelamente, Kobra desenvolve sua produção pessoal, que passa pela pesquisa de materiais reciclados e novas tecnologias. Recicla e recria momentos e formatos das histórias da Arte e das cidades, especialmente de São Paulo. Kobra tem sido muito procurado para decorar também para pintar restaurantes, bares e residências. Participou de várias edições da Casa Cor São Paulo e da Bienal de Arquitetura de São Paulo.                  Eduardo Kobra começou como pichador, tornou-se grafiteiro e hoje se define como um muralista. Tornou-se conhecido pelo seu projeto Muro das Memórias, onde faz releituras de cenas da São Paulo antiga, como o muro de 1.000m2 na av. 23 de maio. Nos últimos anos também se dedicou muito a outros projetos, como surpreendentes obras em 3D e o projeto Greenpincel, onde mostra (ou denuncia) imagens fortes de matança de animais e destruição da natureza; e homenagens a personagens que marcaram a história, em diferentes áreas, como Albert Einstein, Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, Abraham Lincoln, Maya Plisetskaya Salvador Dali, Barquiat (grafiteiro), Frida Kahlo e Andy Warhol.

 

Veja a seguir uma síntese das linhas de trabalho de Eduardo Kobra

Muro das Memórias – projeto mais antigo e constante de Eduardo Kobra, que pinta São Paulo antiga. Há cerca de 40 trabalhos em São Paulo. Cria um contraste entre o antigo e o contemporâneo. Na av. 23 de maio, em seu maior trabalho, de mil metros quadrados, as pessoas passam em seus carros, como máquinas, a toda velocidade. O lado humano da avenida está justamente nos rostos pintados no muro. O artista desenvolve trabalhos do Muro das Memórias em outras cidades. Fez, por exemplo, lindas criações em Belém (PA), Rio de Janeiro e Santa Maria (RS), além de cidades em diversos países, como Estados Unidos, Suécia, França, Inglaterra, Rússia, Polônia, México, Japão, Emirados Árabes e Taiti.

3D – Kobra é pioneiro nesta arte. Surpreendeu São Paulo fazendo um carro em 3d na Praça do Patriarca. A obra tinha cerca de 30 metros de largura por oito de comprimento. De 98% das posições o espectador via uma mancha no chão. De dois por cento via um carro, “real”, na frente. Fez um Pelé na Av. Paulista; um Michael Jackson no Rio de Janeiro (junto com o artista plástico Romero Brito); uma piscina no Rio (homenagem às Olimpíadas); monumentos de Brasília na Esplanada dos Ministérios e um canyon com elementos brasileiros e sul-africanos na Praça do Patriarca, em São Paulo, durante a Copa do Mundo de 2010. Ao total, fez cerca de 20 trabalhos em 3D no Brasil. Em 2011, participou e foi premiado no Sarasota Chalk Festival, maior evento de 3D do mundo (ler em trabalhos internacionais, ao final do release).

Galeria de Céu Aberto – O artista começou a colocar seus quadros em muros e outros espaços da cidade de São Paulo. Quer mostrar para as pessoas que a arte é acessível, que todos podem entrar em galerias. “Muita gente pensa que não gosta de arte simplesmente porque nunca entrou em museus e galerias”, afirma Eduardo Kobra que há pouco mais de quatro meses fez uma obra deste projeto em muro da Praça Panamericana.

Galeria – Kobra se firma como artista plástico. Sua arte é cada vez mais encontrada também nas galerias. Em outubro de 2008, fez na galeria Michelangelo, em São Paulo, a elogiada exposição “Lei da Cidade que Pinta”, onde placas, outdoors, luminosos e outros materiais de comunicação visual retirados pelos fiscais e funcionários da Prefeitura ressurgiram como suporte para as obras de arte. Em julho de 2009 fez, também em São Paulo, na galeria Pró Arte, a exposição “Visitas”, sucesso de crítica e público.

Greenpincel – O projeto que o artista desenvolve desde março de 2011, buscando alertar e combater as agressões do homem aos animais e ao planeta como um todo.  Kobra entregou vários murais para a cidade de São Paulo, dentro do projeto. Fez em julho um chocante mural de “boas-vindas”, chamado “Welcome to Amazônia”, na av. Rebouças, 167, com cerca de 7mX5m. O cenário mostra um ambiente arrasado. Pouco antes, concluiu o  mural “CO2”, na rua Alvarenga, 2.400, com cerca de 10mX5m, também parte do seu projeto Greenpincel, iniciado com o mural “Navio Baleeiro” (obra crua e forte, baseada em uma cena da caça de uma baleia pelo navio Yushin Maru), realizado em março na rua Domingos de Morais, na Vila Mariana. No dia 26 de agosto, Kobra e outros artistas do Studio Kobra pintaram o mural “Sem Rodeios”, na av. Brigadeiro Faria Lima, depois de ficar chocado com as imagens nos jornais e sites do bezerro abatido pelo peão César Brosco durante a 56ª. Festa do Peão de Barretos. Em setembro, fez na rua Cayowa, em Perdizes, o mural “Mar da Vergonha”, onde critica o massacre de centenas de golfinhos no início de setembro, na pequena cidade de Taiji, na costa meridional da ilha japonesa de Honshu. Em outubro do ano passado fez o mural Alta Mira, onde critica a construção da usina, trabalho que atingiu grande repercussão de público e mídia.    Segundo Kobra, o Greenpincel denuncia e combate artisticamente as várias formas de agressão do Homem à natureza. “Todas as tragédias naturais que têm acontecido em nosso planeta mostram que proteger os animais e a natureza como um todo é também uma forma de protegermos o ser humano. Particularmente, sou um apaixonado por plantas e animais. São temas que namoro há muito tempo e, por isso, decidi que já era hora de colocá-los também dentro do meu trabalho como artista”, diz. O Greenpincel marca uma nova etapa nas obras de rua do artista, que buscam basicamente preservar a memória e trazer beleza aos paulistanos, em meio à correria do dia-a-dia. “Gosto muito de resgatar a história e levar beleza às ruas das cidades, o que faço principalmente no projeto ‘Muro das Memórias’, mas há situações em que devemos denunciar, mostrando artisticamente as agressões feitas contra o nosso Planeta”, afirma.

Personalidades – Série que homenageia personalidades importantes da história do Brasil, , como o arquiteto Oscar Niemeyer e o compositores Chico Buarque e Adoniran Barbosa além de nomes que contribuíram a para paz, a liberdade, a arte e o humanismo, como Nelson Mandela, Martin Luther King Malala Yousafzai, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e John Lennon.

Mosaicos – É fase mais recente do trabalho de Kobra. Usa aspectos coloridos e figuras geométricas sobrepostas nas cenas. Esta técnica dá profundidade e cor aos trabalhos. Alguns exemplos desta fase são os já citados murais “O Beijo está no Ar”, em Nova York; e o trabalho de agora em Moscou.  Às vezes a técnica pode se mesclar a outros estilos ou linhas de trabalho do artista. A homenagem a Oscar Niemeyer pertence à fase Personalidades e também à fase Mosaicos.

Trabalhos Internacionais  – Eduardo Kobra fez intervenções  nos Estados Unidos, Rússia, França, Itália Inglaterra, Suécia, Polônia, Japão, Taiti, Emirados Árabes, México e Grécia (muitos desses trabalhos estão destacados no release).

 

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