Tabagismo mata mais de 200 mil pessoas por ano no Brasil
Consumo entre os homens está em declínio, enquanto entre as mulheres cresce de maneira assustadora
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o tabaco é responsável por cerca de 5 milhões de mortes anualmente no mundo. Cerca de 200 mil delas no Brasil. Para se ter uma ideia, é 2,5 vezes o número de mortos da sangrenta guerra civil na Síria. O tabagismo ativo é a primeira causa de morte evitável no mundo. O fumo passivo ocupa o terceiro lugar. As mulheres são as principais vítimas. Segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), elas representam 60% das mortes por tabagismo passivo no Brasil.
Segundo a pneumologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Tania Pereira Ignacio, as substâncias presentes nos derivados do tabaco são diretamente responsáveis por aproximadamente 50 doença, como enfisema pulmonar, problemas cardiovasculares e inúmeros tipos de câncer. São mais de 4.700 componentes tóxicos, como o monóxido de carbono (mesmo gás venenoso que sai do escapamento de automóveis) e a nicotina (droga psicoativa responsável pela dependência física), que também causam infertilidade, halitose e envelhecimento precoce da pele.
Em gestantes, o fumo é responsável por abortos múltiplos e episódios de hemorragia, além de problemas na placenta e nascimentos prematuros. O cigarro ainda está relacionado a uma taxa elevada de morte fetal e de recém-nascidos.
Definido como a inalação de fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados, o tabagismo passivo pode ter as mesmas consequências do fumo ativo. Fumantes passivos têm um risco 30% maior de desenvolverem câncer de pulmão e 24% maior de episódios de infarto do coração. Crianças que convivem diretamente com fumantes têm em maior frequência doenças respiratórias como asma, bronquite, rinite alérgica e pneumonias. Em bebês, o fumo passivo ainda eleva o risco de morte súbita. “Fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos da chamada poluição tabagística, entre eles irritação nos olhos, cefaleia e aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias”, afirma a especialista.
O consumo de derivados de tabaco por adolescentes é outra questão preocupante. Estatísticas do Inca revelam que 90% dos fumantes começam antes dos 19 anos. Um dado ainda mais terrível: um terço deles fuma pela primeira vez antes dos 12 anos. Uma das principais consequências do tabagismo precoce é o aumento na taxa de dependência química. Pessoas que fumam na adolescência ficam viciadas mais rapidamente e têm mais dificuldade em largar o hábito. O cigarro ainda é o derivado de tabaco mais popular entre adolescentes e adultos jovens. No entanto, o narguilé, fumo de origem oriental tradicionalmente consumido em grupos, tem ganhado espaço. O produto tem uma concentração elevadíssima de substâncias tóxicas sendo que uma única rodada de fumo equivale ao consumo de 100 cigarros.
O tabagismo também afeta vários relacionamentos afetivos. Segundo Airton Gontow, diretor do site Coroa Metade, a percepção do mal que o cigarro provoca a quem convive no mesmo ambiente tem tornado cada vez mais o item fumante um limitador de relacionamentos no site. “Claro que ainda existem os fumantes e as pessoas que não se importam em conviver com quem fuma, mas mais de 70% dos não fumantes colocam em seus perfis que não querem namorar ou casar com alguém que fuma”, afirma.
Sobre o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 780 médicos. Nele são realizados, anualmente, aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 205 mil consultas ambulatoriais, 140 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,3 milhão de exames. Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 – Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o Prêmio 100 Melhores Empresas para Trabalhar Brasil, conquistado pelo segundo ano consecutivo.
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