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Cardeal Dom Odilo Scherer e rabino Michel Schlesinger debatem na Livraria Cultura os 50 anos de diálogo católico-judaico

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São Paulo – O debate, que tem a mediação do ator Dan Stulbach,  acontece hoje, dia 10 de julho, a partir das  19h30. A entrada é franca.

Na véspera da chegada do papa Francisco ao País, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico-Judaico (DCJ) da CNBB promovem hoje, 10 de julho, em São Paulo, um debate entre o cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, e o rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista (CIP). Eles abordarão a visita do pontífice ao Brasil, bem como os 50 anos de diálogo católico-judaico, como resultado do Concílio Vaticano II, convocado pelo papa João XXIII e inaugurado em outubro de 1962.A mediação do debate será do ator Dan Stulbach. O evento acontece no Cine Livraria Cultura Sala 1, no Conjunto Nacional, e tem o apoio da Arquidiocese de São Paulo, da Casa da Reconciliação, da Congregação Israelita Paulista, do Instituto Vladimir Herzog e da Livraria Cultura.

rabino Michel Schlesinger

Dom Odilo Scherer

Dan Stulbach

O momento é oportuníssimo também porque o próprio papa Francisco é conhecido por seu intenso diálogo com a comunidade judaica na Argentina. São magníficos os diálogos do então cardeal de Buenos Aires  Jorge Mario Bergoglio com o rabino Abraham Skorka, atual responsável pelo Seminário Rabínico Latino-americano de Buenos Aires.  “”Trata-se de uma amizade muito forte. Uma amizade muito sincera em que oferecemos uma mensagem para a comunidade de Buenos Aires e para toda a humanidade. Uma mensagem de diálogo, de busca de conhecimento, de elevação espiritual pelo fato de caminharmos juntos. Não foi por acaso que escrevemos juntos um livro sobre diálogo e também não foi por acaso que gravamos 30 programas para o canal do Arcebispado. Isto é a conseqüência da aproximação de um em relação ao outro. Foi o resultado do compromisso profundo que temos para com os valores bíblicos, as palavras de nossos profetas, e digo nossos: os profetas judeus, os profetas comuns. Tudo isso, tendo em mente, que os sentimentos perdem o significado se permanecem apenas nas palavras e intenções, porque a coisa mais importante é transformá-los em ação, mostrar que se está comprometido com o outro e com o próximo, ou seja, com todos aqueles que nos circundam”, contou Skorka.

O respeito e admiração dos judeus pelo pontífice ficou ainda mais evidente no início deste mês, quando o papa Francisco recebeu no Vaticano um grupo formado por nove familiares das vítimas do atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) de Buenos Aires. Durante o encontro, o grupo anunciou que pretende propor o nome do sumo pontífice para o Prêmio Nobel da Paz.

A aproximação entre as duas comunidades recebeu um grande incentivo com a publicação da Declaração Nostra Aetate, durante o Concílio, que afirma em seu parágrafo quarto: “Sendo assim tão grande o patrimônio espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este sagrado Concílio quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão, sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com os diálogos fraternos”.

A Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico-Judaico (DCJ) foi criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1981 para articular, no País, o diálogo religioso entre católicos e judeus, e é apoiada pela Conib. O rabino Schlesinger é o representante da entidade na DCJ.

 

 

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