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Na busca pela aurora boreal, quatro dicas de preparação física

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Cada vez mais brasileiros viajam para “caçar” a aurora boreal, mas muitas não sabem que é fundamental se preparar fisicamente para enfrentar o frio intenso das regiões do extremo norte do Planeta. Veja aqui dicas elaboradas pelo professor Felipe Kutianski, especialista em fisiologia do exercício.

Aurora Boral clicada por Anders Nilsson

“Ai que saudades que eu tenho da aurora da minha vida…” 

Ao contrário de Casimiro de Abreu, em “Meus Oito Anos”, a visão da aurora não é apenas uma doce e eterna lembrança, mas um sonho a ser conquistado pelos brasileiros que desejam visitar regiões onde é possível curtir uma das mais espetaculares experiências do planeta: a “caça à aurora boreal”.   

 Não existem estatísticas precisas sobre o número de brasileiros que viajam a cada ano, mas empresas especializadas nesse tipo de turismo, como a Marco Brotto Expeditions, a Auroraeco Viagens, a  Borealis Expedições e a Pisa Trekking, afirmam que há um aumento significativo de procura pela instigante viagem, especialmente a locais como Noruega, Islândia, Finlândia e Canadá.  

Apesar da falta de dados, é possível afirmar o aumento da procura se deve à maior visibilidade proporcionada pelas redes sociais, pelo (ainda no tema redes sociais) captar o melhor click e fazer o post mais incrível da aurora boreal, pelo crescimento do turismo atrelado à “viver experiências” e, ainda, ao ciclo de alta atividade solar que está acontecendo entre 2024 e 2025. Esse ciclo, chamado de “máximo solar”, torna o fenômeno mais intenso, visível e, portanto, atrativo às viagens de “turismo astronômico”, ainda que exista sempre a incerteza de que o fenômeno natural de fato será visto.

Nessa busca da Aurora Boreal, muitos brasileiros aproveitam o período férias de final do ano para viajar para o extremo norte do planeta. A experiência pode ser uma única e poética, mas requer preparo físico e resistência para não se tornar uma tormenta para quem está acostumado ao clima tropical e, ainda, sai do diretamente do verão brasileiro para essas regiões que apresentam temperaturas extremamente baixas durante o inverno. Isso, além enfrentar terrenos desafiadores que exigem condição física para caminhadas e atividades ao ar livre.  

Nesse sentido, o professor de educação física Felipe Kutianski, especialista em fisiologia do exercício, preparou quadro dicas que afirma serem essenciais para quem fará ou deseja fazer essa viagem, mas que servem também para qualquer pessoa que viajará para as regiões frias do planeta agora no verão brasileiro.

Felipe Kutianski: quatro dicas “essenciais” – Divulgação

Fortalecimento do sistema imunológico

O frio intenso e o aumento do esforço físico em regiões mais gélidas podem sobrecarregar e enfraquecer o sistema imunológico. Para melhorar a resposta imune e reduzir os riscos de infecções respiratórias, o especialista recomenda a realização de treinamentos aeróbicos e de força com intensidade moderada a alta, independentemente da idade ou nível de condicionamento físico.

“Inicie uma rotina com caminhadas rápidas, corridas curtas moderadas e exercícios em intensidade alta por pelo menos três vezes na semana, de dez a 20 minutos ao dia”, indica. “A prática de calistenia ou musculação também são ótimas opções para melhorar a circulação sanguínea e preparar o sistema imunológico”, diz.

Resistência ao frio

A exposição ao frio severo exige que o corpo se adapte a temperaturas que ele não está acostumado, mesmo que por um período curto de exposição. “Treinamentos de aclimatação ao frio, como caminhadas ao ar livre em temperaturas mais amenas (para quem mora em regiões mais frias do Brasil) ou até sessões curtas de imersão em água fria, ajudam o corpo a desenvolver maior tolerância térmica, o que pode tornar o turismo mais confortável para algumas pessoas”, afirma

Força e condicionamento físico para terrenos irregulares

Os relevos ao norte do planeta, especialmente em áreas de observação da Aurora Boreal, podem ser acidentados e com inclinações que demandam uma maior exigência da força muscular, equilíbrio e coordenação. Para garantir estabilidade, resistência e segurança nas caminhadas, o especialista sugere treinos de força focados em membros inferiores.

“Exercícios de força para membros inferiores, como agachamento e passadas, e para o core, como abdominal e levantamento terra, melhoram significativamente o equilíbrio e a coordenação motora, ajudando a evitar acidentes em terrenos irregulares e escorregadios”, explica.

Atenção à respiração e treinamento cardiovascular

O frio intenso pode afetar a respiração. Segundo o especialista, o treinamento cardiovascular regular fortalece o coração e melhora a capacidade respiratória. “Treinamento de resistência, como corridas, ciclismo, remo e HIITs, podem aumentar a capacidade pulmonar e a eficiência do uso de oxigênio, essenciais para quem pretende enfrentar temperaturas baixas e caminhadas nessas regiões”, complementa Felipe Kutianski.


N.R – A foto que abre a página é de Noel Bauza

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